O óleo de cozinha usado pode se transformar em biodiesel, sabão, óleo para motosserra, massa para vidro e até utilizado na composição da ração animal, ou seja, tem valor como matéria-prima. Mesmo assim, o destino das sobras de fritura quase sempre é o ralo da pia – e basta um litro desse óleo para poluir um milhão de litros de água potável.
De acordo com a Sanepar, o despejo irregular de resíduos de óleos e graxas no sistema de coleta e tratamento de esgoto causa vários problemas operacionais, nas redes, nos ramais e nas estações de tratamento. Os resíduos ficam incrustados nas tubulações e causam obstruções, extravasamentos dos poços de visita (aqueles localizados nas calçadas) e até refluxo de esgoto.
O potencial de reciclagem do óleo de cozinha pode ser explorado em casa mesmo, na confecção de sabão caseiro (veja a receita nessa matéria). Se a família preferir, pode vender ou doar esse produto ao invés de jogar fora.
Bastam alguns minutos para despejar o resíduo de fritura em uma garrada PET ou vidro. O óleo usado pode ser levado a pontos de coleta, ser entregue a revendedores em troca de descontos na compra de gás ou ainda ser vendido diretamente à indústria mediante negociação.
O proprietário da Euro Administradora de Condomínio, Marcelo Liberati, destaca que a doação ou a venda do óleo de cozinha usado é especialmente interessante para os 130 condomínios de Maringá. “A bombona de coleta tem capacidade para 60 litros, cada litro é vendido a R$ 0,30, isso é dinheiro.
VALE A PENA - Óleo usado pode virar dinheiro e trazer economia
Imagine quanto o condomínio pode arrecadar? Além disso, conforme a negociação, 10% desse valor pode vir em material de limpeza, isso também é interessante”, orienta. Outra vantagem é que o óleo que não vai para o ralo da pia alivia a despesa com a limpeza da caixa de gordura. O custo do serviço: R$ 800 por ano (em média).
A indústria que compra a maior parte do óleo usado arrecadado em Maringá é a Itá Resíduos, de Campo Mourão. O proprietário, João Aparecido dos Reis, diz que pode instalar o coletor em empresas, escolas e inclusive em condomínios. O grupo fica responsável pela logística do material, cede o recipiente e recolhe quando está cheio.
Vale desconto
A empresária Sandra Ruiz, da Pede Gás, que comercializa gás de cozinha, afirma que estimular os clientes a colaborar é um bom negócio para todo mundo. Pesou muito para a empresa a questão ambiental, eles compram o óleo do cliente, convertendo o valor em descontos na compra de gás.
“Nós recolhemos o óleo a cada troca de botijão. Também atendemos restaurantes, pequenas padarias, enfim, agora é fácil dar a destinação correta do óleo usado. Para o cliente, quanto mais óleo guardado, melhor. É um projeto bacana e muita gente aderiu. Em 25 dias arrecadamos 150 litros”, comemora.
Sandra diz que a maioria dos clientes compra recargas de gás de R$ 48 – e cinco litros de óleo usado representa uma economia de R$ 1,50. Como entre uma compra e outra o intervalo é de cerca de três meses, dá tempo de recolher bastante óleo.
O departamento de Responsabilidade Socioambiental da Unimed organizou a campanha Eco Óleo para promover as vantagens da reciclagem. A empresa premia o funcionário que recolhe mais óleo usado a cada trimestre e tem três pontos de coleta espalhados por Maringá.
Dois deles são destinados a doações de funcionários e o terceiro, para arrecadação junto à comunidade e clientes, no prédio da Medicina Preventiva).
“Em 2012 arrecadamos R$ 3 mil, que ajudaram a custear parte das ações Páscoa Solidária, Dia da Árvore e Natal Voluntário. É uma iniciativa que vale a pena porque a própria coleta já é uma ação ambiental”, afirma Norma Saldan, assistente de Responsabilidade Social da Unimed.
Fonte: Odiario.com