Existe seguro de vida, de carro e até de casa, mas pouca gente conhece as diferentes modalidades disponibilizadas para garantir mais tranquilidade de quem opta por algum deles. A definição das coberturas a serem contratadas dependem da necessidade de cada cliente. Menos procurado, o seguro residencial cobre a casa em diversas situações. Por isso, o ideal é que o segurado, em conjunto com o corretor, elabore um plano que atenda às necessidades específicas. É importante que se tenha em mente não só eventos que possam causar grandes prejuízos, como incêndio e explosão, mas também situações do dia a dia, como quebra de vidros e queima de equipamentos ocasionada por danos elétricos.
Alguns eventos da natureza são comuns no Brasil e a apólice deve cobrir. O país é recordista em queda de raio – são mais de 60 milhões por ano. A apólice de seguro residencial deve prever este tipo de cobertura, que além da queima de equipamentos, pode causar danos à estrutura do imóvel. Além da queda de raio, durante o período do verão são muito comuns os prejuízos em decorrência de vendavais e chuva de granizo – eventos que também estão amparados pelo seguro residencial. O ideal é que sejam contratadas as coberturas que garantam não só a reconstrução do imóvel numa possível perda total, mas que também ampare pequenos eventos do cotidiano.
Mesmo o serviço tendo uma cobertura ampla, muita gente acredita que ele não é importante e, por isso, aproximadamente 10% das residências brasileiras possuem seguro residencial e a falta de interesse contrasta com o baixo custo da apólice. As seguradoras alertam para o número reduzido de residências brasileiras seguradas, um cenário oposto ao de outros países como os Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, França e Chile, que registram até 85% de adesão dos consumidores a essa modalidade.
Baixa procura
O custo da apólice em média é de apenas 0,2% do valor do imóvel, muito baixo para a proteção de um patrimônio tão importante. Em grandes capitais, a procura pelo seguro residencial tem aumentado devido a fatores como aumento do furto/roubo, que no período de férias apresenta aumento de até 30%. Dados da Polícia Militar do DF revelam que roubos e furtos a residências aumentaram em diversas regiões se comparados com o ano de 2012. De acordo com a Secretaria de Segurança do DF, o roubo a casas no período de férias cresceu 48% em relação a 2012 e os furtos, 22%.
É uma questão cultural
Paulo Eduardo é corretor da Interliga Corretora de Seguros e conta que o problema dos brasileiros é cultural. Segundo ele, as pessoas pensam apenas na proteção do automóvel e não percebem que um de seus maiores bens, o imóvel, continua vulnerável. “As adesões são acessíveis para todas as classes sociais, até para as mais baixas. No entanto, a escolha da cobertura fica a critério do contratante”, declara.
Paulo diz que o objetivo do seguro residencial é de proteger e de garantir o patrimônio de acordo com as necessidades de cada cliente. Dados da Interliga, mostram que de todos os seguros que vendem, o percentual do seguro residencial em relação aos demais seguros, correspondente entre 2% e 4%. “Aqui no DF as pessoas ainda se preocupam mais em proteger seus carros, suas vidas, objetos profissionais, dentre outros, mas não colocam o seguro residencial em seu orçamento. Mas a tendência é que as aquisições aumentem, sendo reflexo da expansão imobiliária que está ocorrendo. Segurança é fator fundamental. Tudo ao nosso redor é passível de perda, então estar prevenido reduz os impactos causados em todos os aspectos”, conclui Paulo.
Nely Martins é proprietária da Nely Corretora de Seguros e afirma que, apesar da procura ainda não ser alta, o produto já tem se destacado, devido às vantagens e ao custo baixo. “Custo baixo e, principalmente, a restituição do patrimônio quando ocorre algum evento danoso, são alguns dos fatores que motivam a contratação. Proteger o patrimônio familiar proporciona muita tranquilidade”, conta.
Segundo a corretora, não existe desvantagem no seguro residencial quando contratado corretamente. Lembra que é crucial ao corretor e ao contratante deixar claro o que ficará acordado na apólice. “Os brasileiros não têm o hábito de contratar seguro para proteção do patrimônio. O poder de aquisição da população aumentou, mas, infelizmente, a consciência de proteção do patrimônio não. A cultura do nunca vai acontecer comigo ainda é muito forte”, comenta.
A gerente comercial Luciana Trovão fez o seguro residencial em janeiro deste ano. Ela afirma que optou pelo seguro por acreditar que há grandes ocorrências de roubos e furtos. Luciana é moradora de Valparaíso e já ouviu casos de roubos nas residências vizinhas. “Minha chave quebrou recentemente e precisei que o problema fosse sanado de imediato. Logo a equipe chegou e resolveu o ocorrido. Acredito que o seguro residencial seja hoje tão importante quanto o seguro para automóveis, mas nem todos têm essa consciência”, pontua Luciana.
Pagamento de indenização
Apesar do seguro residencial cobrir qualquer dano que a casa possa sofrer, o processo de indenização é burocrático e depende de avaliações. As indenizações não são pagas imediatamente, dependem de um processo de regulação e liquidação de sinistro, que começa com a informação imediata da ocorrência.
A partir de então, a seguradora providencia a regulação, ou seja, a apuração do evento e dos danos respectivos, verificando se a reclamação do segurado condiz com as coberturas contratadas, assim como se há uma correspondência fiel das informações acerca do risco quando da contratação da apólice de seguro.
Tire algumas dúvidas
Quais as coberturas do seguro residencial?
A cobertura principal cobre danos causados por incêndios, queda de raios e explosão causada por gás empregado no uso doméstico e suas consequências, tais como desmoronamento, impossibilidade de proteção ou remoção de salvados, despesas com combate ao fogo, salvamento e desentulho do local. Entretanto, pode haver outras coberturas, como as que indenizam danos decorrentes de incêndios provocados por explosão de aparelhos ou substâncias de qualquer natureza ou decorrentes de outras causas como terremoto, queimadas em zona rural, vendaval, impacto de veículos, queda de aeronave, danos elétricos, etc.
O que são bens não compreendidos no seguro?
São aqueles bens, especificados na apólice, para os quais a seguradora não indenizará os prejuízos, ainda que oriundos de riscos cobertos. Em geral são os seguintes: pedras, metais preciosos, obras e objetos de arte, bens de grande valor que facilmente são destruídos ou danificados, joias, raridades, etc. Manuscritos, plantas, projetos, papel-moeda, selos, cheques, papéis de crédito, moedas cunhadas, livros e outro. Bens de terceiros, exceto quando tais bens encontrarem-se sob a responsabilidade do segurado para reparos ou manutenção e desde que existam registros (documentos) comprovando, através de notas fiscais ou ordem de serviço, a sua entrada e existência no local segurado.
O que é franquia?
É o valor ou percentual, expresso na apólice, que representa a parte do prejuízo que deverá ser arcada pelo segurado por sinistro. Assim, se o valor do prejuízo de determinado sinistro não superar a franquia, a seguradora não indenizará o segurado.
Fonte: Jornal da Comunidade
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